domingo, 30 de outubro de 2011

Nota da Marcha Mundial das Mulheres em defesa das políticas para as mulheres

No Brasil, como resultado do debate feminista desde os anos 1980, lutamos para que o Estado implementasse políticas públicas com o objetivo de combater as desigualdades e diferentes formas de discriminação sofrida por mulheres, negras e negros, e demais setores da sociedade.

Isto porque compreendemos que o Estado não é neutro em relação a essas desigualdades e que, ao não implementar políticas para revertê-las, acaba reforçando a desigualdade e discriminação em relação às mulheres e à população negra. Tais desigualdades são estruturantes do conjunto das relações sociais e, portanto, exigem mudanças econômicas, políticas e sociais.

Defendíamos, e defendemos até hoje, a criação de um organismo com autonomia política e econômica para propor e articular políticas para as mulheres. Por isso, a criação da Secretaria Nacional de Política para as Mulheres, com estatuto de Ministério, em 2003, durante o governo Lula, foi uma vitória para as mulheres.

Nossa compreensão é que o desafio atual é justamente avançar na institucionalização das políticas pela igualdade das mulheres e contra discriminação racial no conjunto do governo.

Nesse sentido, a notícia veiculada por alguns meios de comunicação sobre uma proposta de criação do Ministério dos Direitos Humanos (MDH) como uma pasta que agregaria a Secretaria de Políticas para Mulheres (SPM), a Secretaria Especial de Políticas para Promoção da Igualdade Racial (SEPPIR) e a Secretaria Nacional de Juventude (SNJ) significaria retroceder no modelo atual e implicaria em retrocessos políticos inaceitáveis.

Nós, da Marcha Mundial de Mulheres, repudiamos essa visão e consideramos que isso seria o mesmo que afirmar que o combate às desigualdades de gênero e raça não tem legitimidade nem importância no Brasil.

A Marcha Mundial de Mulheres posiciona-se publicamente, manifestando todo apoio à defesa da manutenção da SPM, da SEPPIR, da SNJ e da SDH, cada uma com suas atribuições.

Marcha Mundial das Mulheres

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Qual o Feminismo que nós queremos?

O feminismo é um movimento político, de idéias e práticas que tem por objetivo construir um mundo melhor, justo e igual para todos e todas e, sobretudo, sem opressão e discriminação as mulheres.

Uma mulher feminista é uma mulher que luta por seus direitos, contra a divisão sexual do trabalho e demais desigualdades entre mulheres e homens e não para ser superior a estes.

Desde o século XVIII, as mulheres se organizam para lutar pelos seus direitos, no entanto o feminismo passou a ser reconhecido como movimento apenas no fim do século XIX. E desenvolveu-se com mais ou menos força em diferentes períodos.

No começo do século XX, as mulheres formaram grandes organizações que lutaram e conquistaram o direito à educação, ao voto e a certas profissões, como advocacia e magistério. As trabalhadoras, no Brasil e no mundo, destacam-se na luta por melhores condições de trabalho, salário igual para trabalho igual e uma divisão não sexista do trabalho doméstico e de cuidados.

No fim dos anos 60, houve uma nova onda de feminismo na Europa e nos EUA que chegou ao Brasil nos anos 70. Vários grupos foram criados em todo o país. As mulheres lutaram pelo direito de decidir se queriam ou não ser mães e por creches públicas; denunciaram a violência e se organizaram em torno das várias lutas que marcaram o Brasil nos anos de ditadura, além de terem contribuído com a fundação dos partidos pós-abertura, principalmente PT e PMDB.

A participação intensa de mulheres na constituinte de 1988 foi uma das marcas dos anos 80. Na década de 90, ganhou força a reivindicação da participação das mulheres na política e a exigência de que os governos tenham ações concretas para melhorar as nossas vidas.

No ultimo processo eleitoral elegemos nossa primeira Presidenta, Dilma Rousseff , e vivemos uma campanha marcada notadamente pelo machismo e por valores conservadores.
Quando olhamos para a História, podemos observar que o direito de votar e ser votada, de poder trabalhar, estudar e participar da vida política foram importantes conquistas do feminismo. No entanto, a igualdade real entre mulheres e homens ainda está por ser conquistada.

Nossos desafios estão mudando. Vivemos no século XXI marcado pela Globalização Capitalista e pelas Guerras “contra o terror fundamentalista”. Assistimos o crescimento do poder político econômico brasileiro e principalmente Chinês, enquanto os EUA vivem uma crise sem precedentes. Enfim como fica a luta das mulheres nesse cenário? Precisamos começar pensando o que é o feminismo para nós hoje e quais os desafios colocados pelo mundo contemporâneo para as feministas?

A Marcha Mundial das Mulheres surgiu na onda dos movimentos altermundistas, junto com o processo Fórum Social Mundial. Desde fins dos anos noventa organiza mulheres de todos os continentes, atuantes ou não em outros movimentos sociais, para combater a pobreza e a violência sexista.

Um diferencial da militância feminista da marcha é a participação em articulações políticas junto a outros movimentos sociais, como as lutas por soberania alimentar, contra a OMC e o plebiscito da Vale. Porque nós compreendemos o patriarcado como sistema de opressão das mulheres e o capitalismo como sistema de exploração de uma imensa maioria de mulheres e homens por parte de uma minoria. Estamos nas lutas juntas (os), pois acreditamos em:


Mudar a vida das mulheres para mudar o mundo!
Mudar o mundo para mudar a vida das mulheres!


Maria Eduarda Quiroga Fernandes

Roda de Conversa: “O Feminismo que Queremos”


A Marcha Mundial das Mulheres/RJ convida para:
Roda de Conversa com o tema: “O Feminismo que Queremos”
Com Mirla Cisne e Duda Quiroga

29 de outubro (sábado) – de 9:30h às 14:00h

Local: Auditório do Sinttel (Rua Morais e Silva, 94 - Maracanã - Rio de Janeiro)

Anda faltando tempo...

Por conta do corre corre da vida não conseguimos atualizar nosso Blog como gostaríamos.

Mas vamos fazer um esforço para que isso não aconteça mais... e esse espaço da MMM do Rio de Janeiro será sempre atualizado com notícias e informes.

Idéias de matérias são super benvidas e podem ser enviadas para o email marchamundialdasmulheres.rj@gmail.com