sexta-feira, 4 de março de 2011

Mensagem da Marcha Mundial das Mulheres para o dia 8 de Março


Começamos 2011 com esperança e revolução em nossos corações e mentes, enquanto ao mesmo tempo em que apoiamos as lutas por autodeterminação e democracias participativas no norte da África e o mundo árabe. Os povos de Argelia, Baherein, Egito, Iran, Líbia, Marrocos, Túnisia e Síria tem demonstrado que os levantes massivos de mulheres e homens tem o poder de derrubar governos e ditaduras. As vozes das mulheres são cruciais para a construção do povo, e nesse Dia Internacional das Mulheres, renovamos o compromisso de lutar junto a companheiras para assegurar sua participação ativa nos processos de transição de seus países.

Passado um ano do lançamento da 3ª. Ação Internacional, nós, feministas e ativistas da Marcha Mundial das Mulheres – seguimos marchando, resistindo e construindo alternativas. Renovamos nosso compromisso de organizarmo-nos coletivamente até que todas nós sejamos livres da opressão e discriminação com as quais lidamos como mulheres. Temos o compromisso de fortalecer, consolidar e expandir nosso movimento de base, permanente, ao redor do mundo.

Nos desafia a necessidade de analisar, construir e fortalecer os vínculos entre nossos campos de ação – Trbalho da Mulheres (por autonomia econômica); Violência contra as Mulheres; Bens Comuns e Serviços Públicos, Paz e Desmilitarização – em nossa luta por autonomia sobre nossas vidas, corpo e territórios. As ações que realizamos como parte da 3ª. Ação Internacional fizeram víncluos ainda mais explícitos e visíveis: os interesses econômicos das corporações internacionais e os interesses geo-políticos, de governos que são combustíveis para os conflitos (como na República Democrática do Congo e na Colômbia); o uso sistmático da violência contra as mulheres como arma de guerra nesses conflitos; a exploração do trabalho produtivo e reprodutivo e do meio ambiente para fortalcer o patriarcado e o racismo para proteger o capitalismo de sua crise sistemica; a privatizaçção dos serviços públicos e dos recursos naturais; e a promoção do capitalismo verde para seguir maximizando a riqueza e os lucros.

São acçoes locais, nacionais e regionais concretas em distintos países que dão significado a estas ligações entre nossos Campos de Ação. Quando fazemos protestos diante das bases militares estrangeiras ou instalações militares em nossos países, ou quando fazemos ações diretas para fazer pressao sobre nossos goversnos para que diminuam os gastos militares, estamos dizendo “Basta”! a militarização de nossas comunidades e sociedades. Quando nos mobilizamos diantes das embaixadas nossa solidariedade é traduzida em ações em nome de nossas companheiras que estão presas, torturadas, estupradas e criminalizadas em outros países. Quando fazemos escutar nossas vozes, quando estamos visíveis e irreverentes, estamos desafiando o sistema patriarcal onde os espaços naturais das mulheres são a casa e a família.

Quando exigimos salários iguais para trabalhos iguais e direitos trabalhistas, estamos lutando por condições de trabalho justas para todas as companheiras exploradas no sistema globalizado e capitalista. Quando resistimos às falsas soluções para as mudanças climáticas (o mercado de carbono, os agrocombustíveis, REDD, etc), estamos demonstrando que nao podemos aceitar a destruiçao dos povos e de nosso planeta enquanto as grandes empresas seguem contaminando e destruindo. Quando nos mobilizamos contra as corporações que exploram minérios transnacionais que tem suas sedes nos países europeus e norte-americanos, estamos mostrando que não aceitamos a exploração do meio ambiete e dos povos nos países onde a economia é dependente da exportação de metais e mineirais

Em um mundo globalizado e de livre mercado o sistema capitalista e patriarcal não tem fronteiras, enquanto povos são controlados dentro de seus territórios ou forçados a fugir de seus territórios ancestrais. Seguimos em solidariedade com nossas companheiras e companheiros – no Sahara Ocidental, Palestina, o mundo Árabe e o Oriente Médio, na Costa do Marfim, Honduras e Curdistão – lutando pelo controle e descolonização de suas terras e seus recursos naturais, para acabar com a exploração de seus povos, pela paz e contra os conflitos e a militarização.

Não nos calaremos com balas, bombas e agressões! O 8 de março é um dua histórico para a luta das mulheres no calendário feminista e estaremos, uma vez mais, nas ruas para protestar, denunciando e celebrando as vitórias que teremos em 2011!


¡Seguiremos em marcha até que todas sejamos livres!

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