sábado, 26 de novembro de 2011

As mulheres de Apodi lutam contra o agro e hidronegócio na Chapada do Apodi


Desde agosto de 2011, a Comissão de Mulheres do Sindicato de Trabalhadores e Trabalhadoras rurais do município de Apodi começou a enviar cartas endereçadas à Presidência da República, reivindicando a revogação do Decreto Nº 0-001 de 10 de Junho de 2011. Esse decreto irá desapropriar mais de 13 mil hectares de terra na região da Chapada do Apodi, expulsando, assim, mais de 150 famílias de suas casas, de suas terras e de uma história que vem sendo construída por esses trabalhadores e trabalhadoras há mais de 60 anos.

O objetivo desse projeto de desapropriação, que é coordenado pelo Departamento Nacional de Obras contra a Seca (DNOCS), é beneficiar 5 (cinco) grupos de empresários do hidronegócio, desviando as águas da Barragem de Santa Cruz do Apodi para a irrigação. O modelo de irrigação na região tem demonstrado seus efeitos devastadores. Em Baraúna, inclusive a água já se encontra contaminada com veneno usado nas plantações e as terras se encontram sem condições para produzir. No Vale do Assú, as empresas do agronegócio colocaram as mulheres para realizar tarefas que anteriormente eram realizadas por animais. Em seus plantios, não disponibilizam água potável, nem banheiros.

Na divisão do trabalho doméstico são as mulheres as responsáveis por buscar água para o consumo da família. Uma vez que essa água se contamine, as mulheres terão que voltar ao tempo e serão obrigadas a buscar águas a enormes distâncias de suas casas tanto para beber como para cozinhar, pois a forma das empresas produzirem é sugando e contaminando a água. Além disso, a pulverização aérea, tão comum no agronegócio, contaminará a terra, a água, o ar e mesmo o organismo das pessoas, uma vez que estas estarão respirando o mesmo ar enevenenado utilizado para matar os insetos que, em uma plantação tradicional se tornam pragas, já que a natureza perde a capacidade de manter o equilíbrio.

Dito isto, queremos pedir a solidariedade de todos e todas que desejam construir um mundo igual para homens e mulheres, trabalhadores e trabalhadoras do campo ou da cidade para juntar-se a nós na luta contra esse projeto de morte da natureza, dos nossos sonhos e dos próprios seres humanos.

Neste primeiro momento, é importante o envio de manifestações contrárias a este projeto, diretamente para a presidência da república (Secretaria-Geral da Presidência da República: sg@planalto.gov.br)

Nas próximas semanas enviaremos mais informações sobre como se engajar nesta luta.

Seguiremos em marcha até que todas sejamos livres!

Marcha Mundial das Mulheres

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